1. O MERCANTILISMO
Entendemos o Mercantilismo como o conjunto de teorias e práticas de intervenção econômica surgidas na Europa a partir do século XV. Era um sistema complexo, que envolvia concepções precisas acerca da produção manufatureira, da utilização da terra e, sobretudo, do poder do Estado.
As principais características do Mercantilismo
A doutrina mercantilista fundamenta-se no pressuposto de que a intervenção do Estado deve garantir o equilíbrio indispensável da balança comercial. Para alcançar esse objetivo, existe a necessidade de organizar a economia de acordo com um conjunto de fatores, os quais acabaram por se definir como as características do Mercantilismo, que vamos conhecer a seguir.
• O Metalismo ou Bulionismo: o nível de riqueza de um país identifica-se com o montante de metal amoedável entesourado — quanto maior fosse a quantidade de metais, mais rico seria o país.
• A balança comercial favorável. Consiste na manutenção da balança comercial
• O protecionismo alfandegário. É a prática de manter altas taxas alfandegárias para desestimular as importações.
• Defesa da produção nacional. O desestímulo ao consumo de produtos estrangeiros a fim de incentivar a produção nacional.
• O desenvolvimento nacional. Durante a Época Moderna a economia era pensada em âmbito nacional; o objetivo a ser atingido era o desenvolvimento dentro das fronteiras nacionais.
• Incentivo ao crescimento demográfico. Os Estados mercantilistas incentivaram a expansão demográfica a fim de formar um mercado de mão-de-obra grande o suficiente para baixar o custo do trabalho.
• A intervenção do Estado na economia. Para colocar em prática as medidas anteriormente citadas, era necessária a participação do Estado na economia.
A relação entre a economia e a política no Mercantilismo
A prosperidade oriunda do comércio permitiu ao rei, através do recolhimento de impostos, a manutenção das novas necessidades surgidas com a centralização do poder. As moedas que entravam nos cofres públicos sustentavam, entre outras coisas, os exércitos profissionais a serviço dos reis. Essa máquina de guerra era importante na defesa do Estado nacional, que era a extensão política do Mercantilismo econômico.
A relação entre a economia e o poder político do Mercantilismo se expressa na aliança entre o rei e a burguesia. Por esse acordo, o rei garantia o direito de recolher os impostos diretamente aos cofres públicos, que ele mesmo controlava. Parte desse capital foi utilizada para a criação e manutenção do exército profissional. A burguesia, por sua vez, recebia aquilo de que os comerciantes mais precisavam: proteção militar e política para levar adiante o seu projeto econômico.
Essa aliança realizou o sonho desses dois agentes sociais: o rei tornou-se muito mais poderoso — chegando ao Absolutismo —; a burguesia tornou-se muito mais rica: conquistou o mundo com o seu capital. Por outro lado, a nobreza foi incorporada aos quadros administrativos-burocráticos e militares do Estado, não ficando totalmente à margem dessa nova ordem social, política e econômica.
O trabalho no sistema mercantil
Na nova ordem econômica, o trabalho passou a ser muito valorizado. A exaltação ao trabalho se opunha à valorização da ociosidade, própria da elite da sociedade medieval, que via no trabalho uma atividade inferior, exclusiva das classes pobres. No mundo mercantil não deve haver tempo para a ociosidade, todo o tempo deve ser empregado no trabalho, que gera e multiplica riquezas. A nova ideologia pregava a substituição das horas de oração pelas horas de trabalho. A vida material passava a ganhar importância em detrimento da vida espiritual, e a sociedade começava a se moldar de acordo com os pressupostos capitalistas.
O mais notável resultado da economia mercantil foi, sem dúvida, a expansão marítima, que levou mercadores a percorrer todo o planeta. Preocupada em desenvolver o comércio, buscando novas áreas para explorar e novas mercadorias para negociar, a burguesia européia, devidamente amparada pelo Estado, na figura de seu principal aliado, que era o rei, cruzou os oceanos em uma das maiores aventuras humanas.
A expansão marítima foi um grande empreendimento econômico, político, social e militar e que envolveu grande volume de dinheiro. Sua realização somente foi possível graças à criação do Estado nacional e à aliança entre o rei e a burguesia. A centralização política promovida pelo Estado nacional permitiu que o rei concentrasse toda a máquina estatal na criação de condições para o desenvolvimento tecnológico e para a preparação de técnicos e navegadores aptos a concretizar a tarefa. O custo do projeto foi financiado pela burguesia, diretamente em alguns casos, ou através dos impostos que os comerciantes pagavam ao Estado, derivados da atividade mercantil.
Mas não foram apenas os reis e os burgueses que tornaram possível a expansão pelos mares: uma grande parcela da sociedade foi convocada a contribuir com a empreitada. As viagens eram muito arriscadas, os naufrágios eram comuns, de tal forma que não havia certeza do retorno dos navegantes. A população pobre, da qual saíam os marinheiros que trabalhavam nas funções menos qualificadas, além de contribuir com os impostos derivados de seu trabalho, viveu o drama da perda das pessoas queridas sem participar dos benefícios econômicos e sociais oriundos das conquistas.
O comércio com o Oriente
As Cruzadas, que recolocaram o Ocidente em contato com o Oriente, criaram o gosto pelo consumo de exóticos produtos orientais. Os artigos mais consumidos eram jóias, perfumes, veludos pintados, brocados, tecidos de seda e coral lavrado, além das especiarias, como a canela, o cravo e a pimenta. A expansão do mercado europeu para esse tipo de mercadoria pôde ser rapidamente aproveitada pelos mercadores das cidades italianas, principalmente Gênova e Veneza, que nunca haviam deixado de comercializar com o Oriente.
Os mercadores de outros países queriam quebrar o monopólio de Gênova e Veneza e participar desse comércio tão lucrativo. Esse foi o principal fator que impulsionou as viagens marítimas. Além disso, para poder manter o comércio com o Oriente, que exigia uma grande quantidade de moedas, havia grande interesse em encontrar metais amoedáveis.
O desenvolvimento técnico
Uma das mais importantes formas de apoio oferecida pelo Estado à expansão marítima foi o incentivo ao desenvolvimento das técnicas navais. Uma técnica que ganhou um grande impulso no século XV foi a cartografia. O cartógrafo, um misto de técnico e artista, traçava os mapas a partir dos relatos que os navegantes faziam a respeito do que tinham visto. Quanto mais viagens fossem feitas, mais aperfeiçoados ficavam os mapas. Também eram incentivados os estudos astronômicos para tornar mais fácil a orientação dos navegadores. Aperfeiçoou-se a construção de embarcações e instrumentos já conhecidos, como a bússola e o astrolábio, que foram adaptados para as grandes viagens pelo mar.
A mudança do eixo econômico
Em 1498, após quase um século de preparação, uma frota portuguesa, sob o comando de Vasco da Gama, chegou à índia. As viagens ao Oriente proporcionavam lucros que chegavam a 6 000%, o que fez o comércio se intensificar sensivelmente.
Esses acontecimentos provocaram uma mudança no eixo do comércio europeu. Antes de Bartolomeu Dias ultrapassar o Cabo da Boa Esperança, em
O Atlântico tornou-se a mais importante área de comércio do mundo. Portugal, Espanha, Holanda, Inglaterra e França tornaram-se nações privilegiadas porque têm acesso àquele oceano, que se transformou na rota mais lucrativa do começo do século XVI. O comércio, que antes apenas crescia, sofreu um grande salto. Tinha início o processo de formação de uma nova estrutura econômica, baseada no lucro, que é o Capitalismo. Com o desenvolvimento do comércio, o principal fator de riqueza passou a ser a moeda.
3. O LONGO CAMINHO PARA AS ÍNDIAS
O avanço lusitano nas grandes navegações começou em 1415, com a tomada de Ceuta, importante reduto comercial na costa setentrional da África.
Em 1487, Bartolomeu Dias atingiu o extremo sul do continente africano (Cabo das Tormentas, depois balizado de Cabo da Boa Esperança) e, em 1498, o navegador português Vasco da Gama chegou a Calicute, na Índia. Estava completado o ciclo oriental das navegações. Todo esse processo está inserido no contexto de desenvolvimento do Mercantilismo, política econômica que dominou a Idade Moderna (séculos XV-XVIII), orientando o processo de colonização da América.
Após completar o ciclo oriental das navegações, Portugal estabeleceu um império comercial no Oriente, rompendo o bloqueio marítimo do Mediterrâneo imposto pelos turcos otomanos em 1453, quando estes tomaram a cidade de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia). Também rompeu-se o monopólio dos italianos no comércio das especiarias do Oriente (pimenta-do-reino, noz-moscada, cravo, canela).
4. A REAÇÃO DA ESPANHA
A Espanha teve sua centralização política posteriormente à de Portugal. Em 1469, os reis católicos Fernando, de Aragão, e Isabel, de Castela, casaram-se, favorecendo a unificação política dos reinos espanhóis. O ano de 1492 marca, como já citamos anteriormente, a expulsão dos mouros de seu último reduto na Península Ibérica, Granada. É também o ano da expansão marítima espanhola através do ciclo ocidental das navegações.
A frota de Cristóvão Colombo, navegante genovês a serviço da Espanha, navegando em direção oeste com o objetivo de encontrar uma nova rota para as índias, acabou atingindo o continente americano a 12 de outubro de 1492. As terras encontradas tornaram-se alvo de disputa entre os reinos ibéricos.
A divisão das terras
Em 1493, sob pressão portuguesa, foi assinada a bula Intercaetera, dividindo o Atlântico entre lusos e castelhanos. Por esse documento, os portugueses teriam direito apenas às terras africanas. A Coroa portuguesa passou a fazer pressão no sentido de mudar o acordo. Em 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas, uma linha reta imaginária a
Estabelecida a rota do Atlântico e garantido o domínio da costa ocidental africana, Portugal passou a dominar o comércio marítimo das especiarias.
12 comentários:
q coisa chata
Muito boa explanações sobre os assuntos.Comentários curto que dizem tudo. Excelente.
Q BOSTA Ñ TINHA ND O Q FAZER NE
Realmente muito bom :D super interessante eu adoro essa matéria e com certeza vai ser muito útil para ajudar na minha prova !
Amei o texto, muito claro e o objetivo! Parabéns, me ajudou bastante.
muito bom vaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Professor dinho mandou abraços
Muito boom
Preciso fazer um fichamento relacionado a este assunto, e me ajudou muito.
Texto muito claro e conciso, agradeço muito, foi de grande ajuda!
só não ler, que idéia
boa merda eu li esta bosta atoa e vou comer tua mae fela da puta seu fdp de merda
#IFTMPatrocínio2019MuryloPica
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